“Eu tenho tirado os hidratos“, é uma frase que se ouve muito em plena operação biquíni. Mas que se ouça muito, não quer dizer que seja correta e, acima de tudo, que quem o formule saiba do que está falando. Nessas dietas baixas em hidratos incluem regimes totalmente denostados por evidências científicas -como a chamada dieta paleo ou a Dukan-, outros, cuja eficácia está comprovada para patologias distintas para a perda de peso, como a dieta cetogênica ou autênticas jurídico brasileiro alimentares que os aspirantes a finos realizadas por sua conta com informações recolhidas aqui e ali, muitas vezes, errada.
O nutricionista nutricionista João Revenga -autor de, entre outros, o livro Adelgázame, miénteme(NB, 2015)- explica O PORTUGUÊS que qualquer dieta “, focada no curto prazo” que implique em seguida, novamente para a alimentação anterior é um erro de base, seja ela baixa em hidratos de carbono, ou em qualquer outro macronutriente. “Não é isso que você tem que olhar, não há que contar, temos de olhar para a natureza dos alimentos“, enfatiza.
Isso sim, o especialista reconhece que, historicamente, tem favorecido a prevalência excessiva de hidratos de carbono na dieta. “Temos recomendado acima do que deveria e agora estamos pagando as consequências“, afirma e se remete a guias tão prestigiadas como as tradicionais pirâmides alimentares que levam na base dos cereais, carregados até os amortecedores de hidratos de carbono.
Vegetal, pedra angular de uma dieta saudável
Assim, reduzir o consumo deste macronutriente não parece, a priori, uma má idéia, embora Revenga lembre-se que é exatamente o que refletem as guias de alimentação mais atualizadas, em particular o prato saudável da Escola de Saúde Pública de Harvard e o triângulo invertido do Instituto Flamenco da Saúde.
Na mesma linha se expressa Natalia Hernández Rivas, presidente da Associação de Nutricionistas-Nutricionistas de Diploma de Canárias (ADDECAN), que acredita que, em princípio, convém “fugir de qualquer dieta, com o nome“, mas explica que, para os que não querem fazer caso isso um bom conselho pode ser sempre consumir o que as pessoas entendem por hidratos , e sobretudo, macarrão, pão e arroz- “como acompanhamento, e não como prato principal“.
A que se apoia o uso das dietas proteinadas -as que incentivam o consumo de proteínas acima dos hidratos de carbono – é a chefe da Unidade de Endocrinologia do Hospital Universitário Montepríncipe, Pilar Garcia Durruti, que denosta, isso sim, os regimes baixos em carboidratos e ricos em gordura, como a dieta cetogênica.
Para esta especialista, este tipo de dieta são apenas recomendados quando há obesidade ou excesso de peso importante, quando se tem que perder mais de 15 quilos”. Além disso, ressalta-se que devem ser “limitadas no tempo”, até que o paciente consiga se livrar do 70% do excesso de peso. “Depois tem que voltar para a dieta mediterrânea”, comenta.
Garcia Durruti aponta que todos os pacientes obesos apresentam resistência à insulina, o que faz com que se necessite de muitas unidades de insulina para manter os níveis normais de glicemia. Por isso, apoia as dietas baixas em hidratos para baixar os níveis de insulina. Para isso, é fundamental entrar em um estado chamado de cetose, o que se consegue quando se consome menos de 40 gramas diárias de carboidratos. “É algo difícil de conseguir, com alimentação natural”, opina e diz que em sua unidade são utilizados produtos substitutos proteicos tipo shakes ou barras, algo muito criticado por muitos nutricionistas e nutricionistas.
Em qualquer caso, existem certos dados sobre os hidratos de carbono que a população em geral desconhece e que são úteis na hora de manter uma dieta baixa em este macronutriente, seja de forma pontual -o mais polêmico – ou como um estilo de alimentação saudável e vital.
Sim podem desfrutar de frutas e legumes
Para obter a cetose, que ajuda a rápida perda de peso, deve consumir menos de 40 gramas por dia de carboidratos. Se simplesmente querem reduzir os hidratos de carbono, pode-se ampliar essa quantidade não deve ser muito alta. Se você olhar para os rótulos dos alimentos, pode-se observar que é possível incluir alguns vegetais muito baixos em hidratos de carbono. Entre os vegetais, os mais amigos , são os de folha verde -espinafre e alface, por exemplo – e, entre as frutas, as mais recomendadas são as framboesas e as amoras.
Um conselho de Hernández Rivas apoiada pela evidência científica: fugirem dos sumos -também os naturais-, que engordam, mesmo que possa parecer o contrário. “Quanto menos elaborados os produtos, melhor”, diz”.
O que acontece com os lácteos?
Ainda que se trate de produtos proibidos em muitas dietas baixas em carboidratos, seu conteúdo deste macronutriente não é muito elevado, sobretudo se são pasteurizados. Sim, há que ter em conta que as versões desnatadas têm um elevado teor em gorduras. “As gorduras de laticínios são saudáveis e você tem que levá-los, porque o desenvolvimento ósseo o que precisa”, comenta a nutricionista.
Nem todos os carboidratos são iguais
Embora muitas destas dietas jogam com as quantidades, os especialistas concordam que sim importa a origem dos hidratos. “Não é o mesmo que comer várias batatas, ricas em carboidratos, que pastelaria industrial”, conclui a especialista.
Hidratos insuspeitos
Também é importante olhar para as etiquetas de todos os produtos, porque nos podemos encontrar surpresas. Ocorre por exemplo com os chicletes e doces sem açúcar, que tem até 96 gramas por 100 de produto, o que também se aplica a alguns adoçantes. De novo, priorizar o natural sobre o processamento pode ser um bom conselho.